Lua Vermelha – 3ªtemporada - Episódio 65 – “Fugir é para cobardes”
[Boa Noite! Como anunciei, aqui está o novo episódio :D Espero que gostem :D Volto em breve (na próxima semana)!]
Continuação…
- O passado, o que aconteceu e o que devia ter acontecido, é o que o motiva nesta loucura que arrasta outros com ele. – esclarece Isabel, ocupando o silêncio de Beatriz com palavras que Luna diria se estivesse ali.
- No fundo, ele despreza-se a si mesmo! – assume a vampira. – E não só quer acabar com a própria vida, como ainda deixar a marca de caçador… - depois de pausar e respirar fundo, trocando olhares com Isabel, Francisca, Pedro e Vânia, retoma. - Peço-vos que lutem ao nosso lado. Ao contrário do que pensava isto não é apenas o passado a assombrar alguns, mas uma verdadeira luta pela sobrevivência e, novamente, pela paz, que implica todos nós.
Olhos bem abertos, alguns expressando orgulho, outros respeito e admiração, posturas erguidas, com mãos em punho estendidas ao longo dos corpos prontos para a nova guerra, e presas à vista nos rostos dos vampiros, são a prova de que dali, Isabel e Beatriz, não sairão sozinhas.
Nisto, Vasco repara mais uma vez que, embora não se tenha apresentado sozinha, Beatriz foi quem mais energia e coragem incitou nas almas de uma comunidade de vampiros novamente em perigo, precisamente porque há muito conquistou a sua confiança, e portanto, claramente esse efeito que ela tem sobre todos não vai sumir tão cedo. Vasco já odiou e desprezou demais aquela vampira para voltar a fazê-lo, mas a verdade é que a admiração que todos – e agora ele próprio – têm por ela e por tudo o que ela faz, vai ofuscar demasiado o seu futuro posto de líder.
Mais Antigo intervém enquanto todos seguem um pensamento claro e óbvio sobre tudo o que está a acontecer, o que tencionam fazer, como começar e, principalmente, como acabar.
- Eu mesmo já me encarreguei de avisar as outras comunidades. – garante Mais Antigo. – E, quero que saibam… - prossegue. - Considero a Beatriz e a Isabel, as cabecilhas de qualquer movimento dos vampiros no que respeita a esta nova guerra. – anuncia.
Os vampiros aceitam de imediato a decisão de Mais Antigo, realmente achando-a a mais acertada e, no pensamento de alguns, talvez pelo entusiasmo de voltar a seguir as regras de Beatriz.
Ninguém questiona Mais Antigo, até porque ninguém discorda do que foi dito. Afinal o problema coloca-os a todos em vias de extinção, literalmente, e não há como fugir, ou esconder. Este tipo de inimigo não escolhe um alvo principal. E os que fogem da guerra, auto-apelidando-se orgulhosamente de sobreviventes, na verdade talvez sejam apenas cobardes…
…
Depois da exaustão, de uma luta injusta pela sua própria energia e vida, Afonso acorda em consciência, num local que não é aquele em que tem a certeza que ainda está, embora aquele mesmo seja tão realista e bom, que deseje ser real.
É um deserto de relva verde e fresca, que estende para lá do horizonte, um céu azul magnífico em cima, terra suave e fresca aos seus pés. Afonso está sozinho. Está? Sente-se bastante bem para a ocasião, num aconchego familiar e incomum em simultâneo.
- Não queremos magoar-te.
Ouve-se o sussurro e Afonso gira em torno de si mesmo várias vezes para procurar alguém, alguma figura, qualquer coisa de onde possa ter sugerido aquela voz suave, calma, sábia… e na qual não confia.
Mantém-se calado, apenas esperando mais.
- Vamos apenas fazer bom uso da tua energia durante algum tempo.
Afonso tenta captar a origem dos murmúrios. Estará louco? Será um sonho?
- Assim que a nossa divida estiver paga, e os vampiros extintos…
Desta vez, o jovem não se faz parecer aquilo a que se chama uma barata tonta.
- Os vampiros são a minha família! – grita Afonso, num aviso que revela o seu lado lutador e destemido. – E eu vou descobrir uma forma de os proteger, nem que isso custe a minha vida!
Uma vez um deserto verde, um céu azul e uma calma maravilhosa, e noutra vez tudo isso desaparece num abrir e fechar de olhos. O belo e simples azul do céu ficou cinzento, a relva fresca sumiu e num espaço de poucos instantes Afonso estava no meio de uma tempestade e a escorregar na lama suja.
- O que é isto? – questiona, num murmúrio só seu.
- Não é a realidade, nem um sonho…
Alguém, ou alguma coisa responde.
- É uma ilusão! – sai a revelação, de uma voz distante e agora severa. – Nós somos os Naturales… - apresenta. - …e por mais que queiramos aceitar-te como um de nós, a tua vontade em salvar os vampiros não é maior que a nossa obrigação de acabar com eles!
Ouvindo com atenção, pressentindo através da expressão zangada daquela voz – que ainda assim parece calma – Afonso começa a demonstrar também algum descontentamento.
- Parem com isso! – pede, parecendo ordenar. – Tirem-me daqui! – insiste, depois de não obter mais resposta para além de chuva torrencial e um mar de lama. – Mostrem-se! Falem comigo! – continua, chapinhando na lama enquanto caminha de um lado para o outro, procurando qualquer coisa, alguém… - Façam qualquer coisa menos agir como cobardes!
A palavra “cobardes” ecoa por tempo indeterminado e Afonso chega a acreditar que ouvirá a sua voz ecoar pelo deserto para toda a eternidade. Mas entretanto, o chão enlameado desaparece, o céu cinzento fica negro – como numa noite sem lua, nem estrelas – e, rapidamente, sem nem sequer ter tempo para passar em como agir, Afonso lembra-se de Alice - aquela que cai na toca do coelho -, sentindo-se como ela, ainda que o seu instinto lhe diga que o País das Maravilhas não é o seu destino.
Ou a escuridão da toca é infinita, ou simplesmente não existe toca, apenas escuridão. Afonso entende que não saiu do mesmo sítio, ainda que a sensação de queda tenha sido evidente. Não! Não foi uma queda, mas sim aquela impressão de que lhe estão a sugar a vida novamente.
Ou… talvez… n sab… o q est a acotecr…
- Pai? Pai…?
Um deserto, uma tempestade, a Alice na Toca, a escuridão e agora a voz… Aquela voz maravilhosa, meiga…
- Socorro!
Depois do grito, ouve-se um choro. Mas Afonso continua na escuridão.
- Pai!
Outro grito. Afonso quer sair dali mas é como se estivesse preso. E não sabe sequer se está preso porque, nem sente o corpo.
- O que está a acontecer com a tua filha, aconteceu a todos nós! – aquela voz que apresentou os Naturales faz de novo a sua aparição. – Muitos morreram. Nós, os únicos restantes, devemos a vida ao único homem que capaz de nos libertar e controlar aquilo que somos…
Afonso não consegue falar. Está inexplicavelmente a ser obrigado a ouvir e calar. E essa incapacidade de se expressar torna-se insuportável enquanto continua a ouvir a sua filha, Luna, gritando por si.
A voz continua o seu relato.
- Esse homem é Joseph Morgan, e ele só encontrará a paz igual à que conseguiu para nós, com o fim dos vampiros!
Continua…
[Que tal? Curiosos para mais? - Volto em breve :D Até lá partilhem comigo a vossa opinião, aqui ou no facebook Lua Vermelha Segunda Temporada
Bjs <3 a autora]
ATUALIZAÇÃO:
Teaser de Pop Turns To Rock - Toxic - (com Catarina Mago) - sigam o link
https://www.youtube.com/watch?v=J_ammbdjflU