Lua Vermelha – 3ªtemporada - Episódio 73 – “Vamos dar-lhe o que ele quer.”
{NOVO EPISÓDIO!!! - Que era para ter sido publicado na semana passada, ou sei lá, talvez mais, mas que por questões inexplicáveis sofreu alterações surreais. Agora sim! Considero um episódio publicável! Até o titulo foi alterado! Tenham uma boa leitura...}
Continuação…
- Mas vamos precisar de destruir algumas coisas, para conseguirmos reconstruir verdadeiramente outras… - reflecte Luna, para si mesma.
- Como assim filha, não vamos destruir nada! – apressa-se Isabel, algo indignada, observando o olhar intenso da filha, ansioso por ver mudanças.
- Luna, acho que não me percebeste! – intervém David, coitado, já acreditando que não se explicou assim tão bem.
Erguendo-se, rápida e urgente, Luna afirma-se.
- Vocês, é que não me estão a perceber! – garante a jovem, enérgica. – Vamos destruir, sim, simbolicamente…
Ambos, Isabel e David enfrentam a jovem com expressões inquisidoras. Luna sorri, orgulhosa de todas as ideias que acabaram de lhe invadir o cérebro, que a entusiasmam como há muito nada a entusiasmava.
- Alguém vai acreditar que ganhou esta guerra, quando na verdade se vai dirigir à derrota!
- Explica-te, mais devagar… – pede Isabel, animando-se, prevendo já algo melhor.
- Precisamos de uma tragédia bastante convincente, que vai requerer uma comunidade inteira e a preciosa ajuda do Mais Antigo… - diz, encaminhando-se para sair dali e reunir-se imediatamente com os vampiros, seja lá onde for. - e de uma aliança! – conclui, pensando nos supostos protectores de Joseph e de uma forma de os fazer seus aliados. – Mas disso trato eu! – assume.
- Luna, espera! – pede Isabel, correndo atrás da jovem.
David poderia acompanhar o ritmo de ambas… se fosse possível.
…
Após algumas análises, e francamente incomodada com o facto de ser obrigada a manter Henrique inconsciente, Cristina finalmente pode assumir algumas suposições. Obviamente, as conclusões finais virão mais tarde, com a prática. Mas, por enquanto, a doutora tem já uma certeza: Henrique não sobreviverá sem sangue de vampiro!
Em alguns minutos, meia hora, deu-lhe três vezes sangue humano para o manter, diga-se, hidratado, e o que aconteceu foi que o seu organismo absorveu o sangue mais rápido do que uma esponja a absorver água. “Pelo menos, não o rejeitou…” pensou Cristina. “Seria óptima que as reservas de sangue humano fossem abundantes…” desejou. “Nem vou tentar o sangue sintético…”, excluiu.
Uma solução eficaz terá que ser inventada. Urgentemente.
…
- Estamos aqui reunidos, para…
Apenas as primeiras palavras de Mais Antigo foram claras para Beatriz, e mesmo estando já farta de saber porque estavam ali reunidos, - no exterior, rodeando uma grande mesa de pedra, lembrando um pódio onde se realizam sacrifícios, mas onde na verdade se estende um mapa de Portugal -, a vampira simplesmente não conseguiu perceber o mínimo da restante conversa. Parecia que as palavras se desvaneciam no ar, antes de chegar aos seus ouvidos.
Apercebeu-se que alguém chegou ligeiramente atrasado, mas não soube identificar quem. O seu olhar estava inexplicavelmente fixado numa nuvem branca, num nevoeiro, em nada exactamente.
- Não sei o que me passou pela cabeça, … - comenta Luna, enérgica. - … mas de repente, tenho um plano pode resultar! - os seus olhos azuis brilham enquanto fala. – Algo drástico! Mas já não temos nada a perder…
Foram Luna e Isabel que chegaram. Nenhuma das duas tinha sido convidada a comparecer, mas simplesmente apareceram. Isabel cingiu-se a seguir a filha, e esta apenas seguiu o seu instinto.
Mais Antigo consegue sentir o coração não-humano de Luna bater tão forte, tão vivo, que se sente incapaz de lhe recusar a oportunidade de falar.
- E que ideia é essa que queres tanto partilhar connosco?! – pergunta, rendido à esperança.
Luna é apanhada a olhar fixamente para Beatriz, que se mantém muda e alheia a tudo. Responde quase imediatamente.
- Vamos dar-lhes o que eles tanto querem! – propõe, excêntrica, voltando-se para os presentes.
- Como?! O que eles querem?! – intervém Vânia instantaneamente, quase revoltada.
Apenas com um gesto, Mais Antigo exige a calma e o silêncio de todos. Luna continua empolgada. Ainda que o mau estar silencioso de uma certa vampira a esteja a incomodar.
- Vamos destruir a nossa própria imagem, a nossa posição persistente e inabalável! Vamos dar-lhes a nossa desgraça! Vamos… - dispõe com ânimo, procurando a forma certa de se explicar.
- Qual é a tua proposta exactamente, Luna? – questiona Vasco, ao lado de Mais Antigo e Beatriz.
- Proponho uma farsa! – sim, uma farsa, é exactamente essa a palavra que a jovem procurava. – Façamos o inimigo acreditar que estamos fracos e derrotados! – insiste. - O Henrique não está sozinho de certeza, haverão mais como ele por aí! Não será difícil insinuar falsos ataques e falsas mortes onde, de facto, já existem!
- A ideia está a agradar-me… - assume Vânia, ansiosa, sorrindo.
Luna continua a falar, e Beatriz não percebe uma única palavra. Nem sequer reconhece a voz. Não vê as pessoas que sabe que estão ali. Não sabe onde está. E quando sente que deve pedir ajuda, apoiar-se em algo ou alguém, é como se um dos seus braços não existisse, e o seu corpo o imitasse.
Instintivamente, Francisca sai do seu lugar e chega a tempo de evitar que Beatriz caia desfalecida no chão de pedra.
Continua…