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Lua Vermelha

Sugestão de 2ª e 3ª temporada por Cláudia Silva. Tipo Fanfiction.

Lua Vermelha – 3ªtemporada - Episódio 61 – “A Revolta” – Parte 1

 

Continuação…

 

Para a maioria dos presentes, aquela revelação já não se afigura como tal obviamente. Ainda assim, o silêncio dispersa-se, num gesto de respeito solene, e apenas a simplicidade dos sons e movimentos da natureza se manifesta.

 

- Talvez, por isso mesmo, eu nem me tenha preocupado com o desaparecimento evitável de alguns dos nossos… - termina, voltando-se em direção à mansão, e fazendo sinal para que o sigam, num gesto simples mas autoritário.

 

- O que te faz acreditar que eles me controlam? Que não me atreverei a testar o limite?

 

Ao som da voz e da postura rebelde de Henrique, que acaba de quebrar um silêncio respeitoso, uma surpresa horrorosa atinge Joseph, que se vê na obrigação de parar e voltar a encarar o problema.

 

- O poder deles! – responde. – Eu já o presenciei e não me atreveria a contestá-lo! – avisa e sorri, quase como se apreciasse o momento. – Serás assim tão livre de espírito, para te impores a tamanho e puro poder?

 

- Serás assim tão recatado de espírito, para acreditares que seres tão poderosos te servem voluntariamente, para sempre? – contrapõe o rapaz, impaciente por verdades. – Em quê que um vampiro reles como tu pode ser-lhes assim tão necessário? – que provocação mesquinha.

 

Ao contrário do que Joseph, na verdade, daquilo que todos ali esperavam, Henrique não está apenas a divertir-se. Sedento de revolta, o vampiro dá uns passos atrás, recuando, afastando-se de todos, chegando-se mais perto do limite. Apenas mais uns passos, e testará a veracidade ou o bluff na historieta de vampiros a atacar vampiros.

 

- Diz-me que sabes o que estás a fazer… - murmura Brian, sorridente e nervoso, imitando os movimentos do amigo, colocando-se ao seu lado, a poucos passos da verdade.

 

- Não digas nada! – pede Jasmine, livremente juntando-se ao par. – Espero que sim… - admite, então, confiar.

 

Um grupo de vampiros, os mais obedientes e afectos a Joseph, prepararam-se para os impedir de continuar a revolta. Ignorando, os três fitam apenas Joseph, num momento decisivo.

 

Deve ser, realmente, a primeira vez em que Joseph não tem nada a dizer, simplesmente porque não previu o momento, não o achou sequer possível. Durante alguns segundos, que parecem eternos, ficam a mirar-se com violência expressiva. Até que o vampiro pronuncia o que talvez seja mesmo o melhor a ser dito. Um alerta. Embora o único que esteja entre a espada e a parede, seja o próprio…

 

- Para lá deles, até os vossos entes mais queridos serão apenas presas! – ameaça, veemente, poderoso, certo, arriscando a própria vontade.

 

Claramente, no mínimo, conseguiu uma pausa breve.

 

Ainda assim, o pensamento deixa que os três, os mais selvagens, pensem na hipótese de serem não apenas livres para atravessar o poder puro dos Naturales adormecidos, como para renegar a possível metamorfose criada por um louco obcecado no destino.

 

 

Isabel abre os olhos de repente, conturbada, assustada. Não pelas belas memórias que James lhe fez reviver, mas pelo demónio de fragilidade e ódio que a consumiu.

 

Para além disso, a turbulência de sentimentos negros interiores, acaba de confundir com uma energia exterior desconhecida, uma mudança, demasiado anormal e demasiado perto, inesperada, e que sente incapaz de ser controlada.

 

Mesmo que sem intenção, para seu próprio bem e de todos ali, esquece espontaneamente os recentes desacatos que provocou, preocupantes e diabólicos, para lançar um alerta que, de tão urgente, parece instintivo.

 

- Beatriz! - chama, num grito frágil, imóvel, encarando James na primeira pessoa.

 

A vampira deixou-se distrair, por instantes, enquanto o recém-chegado James praticava algo como magia, perante o problema de ódio e solidão de Isabel.

 

Voltando-se a outras responsabilidades, encantou Filomena para que esta esquecesse tudo, desde o dia em que sentiu inveja e ambição pela herança de Isabel, e de seus pais, e inclusive fê-la esquecer a hipótese de nunca ter amado o marido, obrigando-a ao companheirismo justo e eterno – tal veio-lhe à ideia quando a observou tentar fugir mesmo vendo Caetano nas últimas, e decidiu avançar, ainda que lhe parecesse demasiado lamechas tendo em conta a situação. Filomena repetiu tudo, robóticamente, e permanece desde então imóvel, calada, o seu cérebro obedecendo à vontade de uma vampira.

 

Depois, voltou-se para Caetano, sem duvida um guerreiro fora do comum, por ser como pessoa um miserável e como sobrevivente um exemplo a seguir, pois mesmo esvaído em sangue, inconsciente, continua a dar sinais de vida.

 

Beatriz prestava-lhe cuidados básicos de enfermagem, sacrificando-se enquanto se automutilava com o cheiro do sangue que, contra a sua moral e regras, não pode beber, quando ela própria, voltando-se em resposta ao grito sofrido e murmurado de Isabel, é atacada.

 

Um ser inesperadamente mais forte surge, implacável. Parece vir do nada, mas afinal nasceu, ou renasceu, ali tão perto, em silêncio e discrição, como se já estivesse a prever… Beatriz é agarrada pelos cabelos, violentamente obrigada a colocar-se de pé e, quando dá por si, alguém lhe agarra o maxilar num gesto comum de um vampiro que está prestes....

 

 

Luna parece pacificamente adormecida. Mais Antigo observa-a, atento a qualquer sinal de quebra do silêncio e da paz que a jovem manifesta, emanando vida através da expressão, ainda que esteja algo adormecida.

 

Finalmente, a bela move-se, apenas rodando ligeiramente o rosto para fitar o vampiro, melancólica, serena, filosófica, claramente preparando-se para falar. Os seus intensos olhos cor de mar brilham.

 

- Naturales… - murmura, uma ténue esperança novamente vívida no olhar, na alma, e a paz que tudo isso pode significar espelhando-se no rosto. - Não sou a única…

 

Mais Antigo, verdadeiramente desconhecedor do significado dessas palavras, mantém-se num silêncio interessado.

 

Luna, sempre serena, ergue-se para sentar ao lado do vampiro. Olhando a saída da sala, mirando nada e tudo, revive o pensamento.

 

- Eles não foram extintos… - começa, vidrada no inconsciente. - Joseph Morgan salvou alguns e chamou-lhes… Naturales! – revela, em voz baixa, num murmúrio fascinado. – São como eu! – insiste, num vislumbre de alegria. - E estão a conceder um favor ao… - suspira, alguma da sua alegria desvanecendo-se. - São eles que os protegem, que os tornam invisíveis no mundo… - continua.

 

- Impressionante! – comenta Mais Antigo, realmente fascinado. – Como é que…? – prepara-se para questionar.

 

- Fui persistente! – apressa-se a jovem, algo orgulhoso. - E… - continua. - Houve uma falha! Senti uma energia diferente, como se por momentos alguém estivesse a desafiar a veracidade do poder deles e… - esclarece.

 

 

Beatriz luta, esbraceja, grita, tentando em vão libertar-se das garras daquele monstro desconhecido.

 

- Façam alguma coisa! – grita, ignorando um pedido formal de socorro, e ordenando a ajuda.

 

James e Isabel, rápidos a colocar-se de pé e a postos para tudo, acabam obviamente horrorizados, sem saber o que fazer e como, vendo-se apenas no dever de realmente ajudar a ex-líder.

 

Ainda que aquele ser mais-que-vivo, há instantes parecesse tão inofensivo quanto Caetano, no momento, tornou-se, para surpresa e desgraça, num estranho tipo de vampiro, ainda mais assustador, que tenta estrangular uma das vampiras mais incontestáveis. Esta, que continua a manifestar-se contra o ataque, quase impotente, mas adiando o problema, ainda assim.

 

 

As hipóteses de atravessar e tornarem-se realmente super-vampiros são tantas quantas as hipóteses de tudo não passar de uma ilusão. Para além disso, há sempre a vontade de testar a ciência e as necessidades de subsistência, perante sentimentos e vontades. Na verdade, a própria da ciência afirma que as vontades podem influenciar tudo, uma vez que somos um com o Universo inteiro.

 

- E vocês? Não se juntam à irmandade? – provoca Joseph, referindo-se a Victorious, Akira e Sandro, numa nova perigosa vontade de testar os limites, ainda que isso possa correr mal para si mesmo.

 

- Não os questiones, quando nós não o fazemos! – defende Jasmine, respeitando a possibilidade de aqueles três não serem tão fortes assim para sequer pensarem em desafiar o desconhecido.

 

Perante a situação, Victorious sente-se algo recriminado por si próprio. Porque não está com eles? Com ela? Na verdade começa a sentir-se um cobarde… E depressa confirma que Jasmine é demasiado corajosa, desafiadora, perfeita para si… Será?

 

- Eu cá, estava só a… À espera que perguntasses! – avisa, lançando um breve sorriso de felicidade por se sentir finalmente capaz de pensar por si mesmo.

 

Rebelde, Henrique apercebe-se de tudo sem tirar os olhos de Joseph. Vendo-o prestes em pânico, por uma derrota quase certa, o jovem vampiro percebe que, se algo der errado, de qualquer forma Joseph ficará fora de si, e só por isso vale ultrapassar os limites.

 

Lentamente, num ato de revolta pacífica, talvez inconsciente, Henrique começa a recuar, passo a passo, aproximando-se do limite invisível definido pelos corpos imóveis e cheios de poder, aparentemente, dos Naturales.

 

- Don’t you dare! – grita Joseph.

 

O vampiro responde com um sorriso, e mais um passo. Tão ansiosos quanto ele, Jasmine é a primeira a recuar também, seguindo-se Brian e Victorious.

 

- Tu não fazes ideia do perigo que corres… - começa Pilar, num aviso estridente que é lançado de longe, tendo estado ela atrás de tudo e todos apenas a observar, e lançando-se agora para a confusão.

 

- Nem tu! – intervém um outro vampiro, inegavelmente grande e forte, numa participação inesperada e misteriosa que lança o silêncio.

 

- Desculpa?! – questiona Martha, algo serena, aproximando-se de Pilar.

 

Os quatro pararam entretanto. Alguma coisa importante está para acontecer e, em sintonia, parece não quererem partir sem saber.

 

- Ainda bem que estão aqui as duas! – sinistro. – Aposto que o Joseph vai querer uma explicação detalhada sobre isto… - o jovem lança um papel e um envelope no ar, com desprezo, claramente sugerindo um grande erro no conteúdo. – Nada melhor do que duas versões da mesma história…

 

- Lucius, espero que isso seja mais importante que o próprio fim do Mundo! – replica Joseph, sem tirar os olhos do limite, e com um grupo de matulões atrás de si prontos a obedecer ao seu sinal.

 

- Acontece que temos aqui duas traidoras! – diz, como se cuspisse as palavras.

 

O tempo parece parar. E apenas uma pessoa se sente incapaz de esperar para ver o que quer que seja.

 

Henrique só precisa de mais um passo…

 

Pilar agarra a mão da amiga. Ambas pensando o mesmo, ambas sabendo que podem não sair dali vivas pelo que fizeram. Não fazem ideia de como foram descobertas. Não importa.

 

- Na verdade… - começa Pilar, apertando a mão da amiga, que corresponde, em sinal de apoio. – Se eu nunca acreditei na causa, porque hei-de acreditar no perigo de atravessar…?

 

O tempo parece parar. Assim como qualquer pensamento. Nem mesmo Joseph Morgan, a própria da inteligência maligna, sabe o que fazer, quem ouvir, onde atacar. O tempo não parou, obviamente, mas o Mundo, o Seu Mundo, está prestes a desabar aos seus pés.

 

Se num instante, cada qual naquela floresta parecia não se mover, de surpresa, confusão e talvez medo, no outro instante, seis pessoas tinham desaparecido.

 

Henrique, num impulso, numa fracção de vontade.

 

Jasmine, com a sua intuição, agarrou-se ao braço do vampiro a tempo de ser puxada com ele e evitando que a sua própria vontade a atraiçoasse.

 

Victorious para a seguir.

 

Brian ao mesmo tempo, por sua própria vontade.

 

Pilar e Martha, por necessidade, talvez medo.

 

Eram seis. Cada um pela sua vontade. Todos ao mesmo tempo.

 

Joseph Morgan grita como nunca ninguém julgou ouvi-lo gritar. Desespero. Ódio.

 

Continua…

 

Não percam: Episódio 62 – A Revolta – Parte 2 - Brevemente...

 

[Boa Tarde! Espero que tenham gostado :D Mais uma vez lamento pela demora na conclusão do episódio.

 

Bjs <3 a autora]

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Aviso

Todos os textos publicados neste blog são do género FANFIC, ou seja, apenas uma sugestão de continuação da série de vampiros da SIC, "Lua Vermelha", ou forma de a recordar. No fundo, pretendo simplesmente homenagear a história, dando-lhe o seguimento que imagino/desejo que tivesse. Não tenho qualquer intenção de plágio, não o considero como tal, e por isso agradeço o respeito e a preservação dos direitos de autor. Afinal, isto é paixão, mas dá trabalho :D

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Respeito

Gostaria de alertar todos os leitores/seguidores do blog para a prática do respeito entre todos, para comigo (autora) e para com os criadores/produtores e atores de "Lua Vermelha". Infelizmente, comentários desagradáveis e ofensivos já foram deixados por alguns "anónimos", o que me levou à decisão de moderar a liberdade para comentar, sendo que as vossas opiniões precisam da minha permissão para serem publicadas no blog. Apenas exijo respeito! Se forem respeitáveis com as palavras, o vosso comentário aparecerá na página, garanto! Obrigado!

O Blog

Nasceu em 2012, com uma sugestão (pouco profissional...:D) de 2ªtemporada para "Lua Vermelha", que teve o seu fim oficial no mesmo ano. Por gosto da autora (Cláudia Silva) e apoio dos leitores, o Blog chegou à 3ªtemporada, havendo ainda espaço para posts de homenagem à obra de ficção e aos atores, intitulados "VIDA DE VAMP", "VampAtual" e "MEMÓRIASdeVAMPIRO". Após o final da Fanfic, em Novembro de 2017, foi anunciado pela autora que o Blog continuaria online, e que ganharia mais duas colunas: "Tudo Certo com Lua Vermelha" e "Tudo Errado com Lua Vermelha". Tudo o que foi publicado anteriormente, continua online.

Sinopse

Era uma vez um colégio cravado no coração da serra de Sintra. Entre mistérios e perigos, o regresso de uma antiga guerra e uma vida aparentemente normal de adolescentes, um vampiro com 186 anos apaixonou-se por uma humana de 17 que, apenas (e só por acaso!) é filha do mais temido caçador de vampiros de sempre, "Jaguar". Ora! Este é só o excêntrico início de todos os problemas que farão a vida valer a pena...! Deixas-te morder?!

As Imagens

Afim de evitar algum tipo de constrangimento, creio ser importante referir que, originalmente, as imagens que utilizo no blog, referentes a "Lua Vermelha", não são de minha autoria. Os direitos pertencem à SIC, à SP Televisão, ao fotógrafo José Pinto Ribeiro... e avisem-me caso falte alguém! :D Contudo, saibam que não publico qualquer imagem sem a editar/modificar primeiro, tornando-os algo minhas e do blog. Espero que respeitem e, claro!, apreciem!

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