Lua Vermelha – 3ªtemporada - Episódio 75 – “Mais do que apenas esperar.”
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Continuação…
Até pode ser uma atitude quase improvisada pelas necessidades, e por pouco quase adiada por circunstâncias inevitáveis e indesejadas, mas ainda assim a emboscada aos restantes cinco fugitivos de Joseph é um plano bem formado, que prossegue com Mais Antigo seguido de Luna e Isabel como cabecilhas. Tanto os vampiros da comunidade de Sintra como os guardas especiais do Líder participam.
Luna assumiu o controlo e ninguém se opôs. Isabel propôs com delicadeza voltar a ser filha do Jaguar por um dia, e por ser o dia mais indicado, novamente ninguém questionou.
No entretanto, líderes das comunidades mais próximas demonstram total apoio quando Mais Antigo lhes pede que se mantenham constante observação e contactem se avistarem os “novos vampiros”. Mensagens sobre tentativas de ataque acabam mesmo por surgir no telemóvel do Líder, assim como informações sobre a localização dos cinco, que parecem manter-se em grupo. Um dos contactos, chega mesmo a referir o aspecto aterrorizante e olhar alucinado dos “novos vampiros” que, no fundo, são também inocentes.
O grupo está já próximo de Sintra, por meio de uma vontade descontrolada que os faz querer perseguir de forma sedenta vampiros aparentemente vulneráveis. Estes, que na verdade, estão bem cientes do que está para ocorrer na serra de Sintra e atraem-nos para as proximidades, mesmo sem terem sido oficialmente recrutados para ajudar.
Quanto ao perigo da possibilidade de serem avistados por humanos, esse é controlado pelo facto de que os vampiros gostam de viver em discrição, sob disfarce, e os lugares onde se encontram em grupo são recônditos, na floresta, no descampado, nos edifícios abandonados que todos evitam. Assim, uma vez que as presas destes “novos vampiros” são os próprios vampiros é quase garantido que nada de absurdo acontecerá perante humanos.
Em Sintra, espera-se pacientemente. Mais discretos do que a própria sombra, silenciosos, entre árvores e arbustos, devidamente afastados uns dos outros para que a emboscada não se torne óbvia à distância, mas próximos o suficiente para agir sem contratempos.
- Eu vou! – Murmura Francisca, logo assim que Mais Antigo sussurra um pedido.
O líder pediu encarecidamente, após uma última mensagem que recebeu de um vampiro que se dispôs a atrair o grupo o mais próximo de Sintra que foi possível.
- Vou contigo! – apressou-se Vasco, ao seu lado. – E não vale a pena discutir… - sussurra, adivinhando e calando a recusa da vampira.
Rápidos, desaparecem do local onde se mantinham e dirigem-se propositadamente velozes e furiosos até onde o Líder lhes sugeriu que o grupo alvo estaria. Saber que aqueles dois podem estar literalmente a correr para a boca do lobo deixa alguns dos presentes apreensivos sobre o plano.
- Tem cuidado, querida! – murmura Isabel com carinho, dando um beijo na testa de Luna.
Afastando-se do lugar onde ladeava a mãe, Luna aproxima-se mais do centro do círculo imaginário formado pelos pacientes vampiros em vigia. É ali no centro que tudo acontecerá.
Verónica foi chamada e depressa se juntou livremente ao movimento de ultima hora. Inclusive, abriu as portas da ex-sede da Lua Eterna em Sintra e destrancou os grandes cofres que ainda guardam algum material de caça aos vampiros. Disponibilizou uma imensa rede de prata - riquíssima e bela para os humanos, um inferno para os vampiros – que cuidadosamente foi levada para o local. Também algumas armas saíram dos cofres quando Isabel lhe falou de algo que leu num dos diários herdados do seu pai, o Jaguar, sobre como misturar cuidadosamente algumas ervas tranquilizantes com sangue humano para fazer desmaiar um vampiro, sem o matar. Nada garantido que resulte, mas ainda assim Verónica adaptou algumas seringas com o composto que Isabel acabou por fazer mesmo de forma improvisada no antigo laboratório, a armas prontas a disparar.
…
Nada do que está a acontecer passa despercebido aos Naturales que se debatem entre denunciar a situação, ou manter Joseph longe da realidade. Por isso mesmo, Afonso enfrenta o dilema de se intrometer em mais uma discussão. Afinal, uma vez que conseguiu um voto de confiança da parte deles, talvez possa no mínimo pedir-lhes que sejam reticentes em relação a Joseph e esperem para ver o que acontece.
- Deixem as coisas acontecer, deixem que ele acredite na farsa! Ele não merece a vossa dedicação, e mais cedo ou mais tarde vão ter a prova disso! Ele vai desiludir-vos! Esperem para ver! – pensa, calmo e convicto para que o grupo o ouça.
Ele sabe que eles o ouvem. Se não ouvissem nunca lhe teriam dado uma oportunidade. E realmente, Joseph irá desiludi-los em breve, e Afonso reforçará com palavras e actos os erros que ele cometer.
…
Há situações em que é realmente impossível esquecer que se está numa situação de risco, seja qual for. E nessa impossibilidade, os nervos são algo que atingem qualquer criatura. Mas quando Francisca reaparece no horizonte, à vista de todos, a sensação é de que há mais para fazer do que apenas esperar que aconteça.
Como previsto, Francisca vem a ser perigosamente seguida por dois dos “novos vampiros”. Como um relâmpago, ela dirige-se ao centro da armadilha, passando por cima da rede de prata – que se encontra camuflada de terra e verduras – e cruzando-se com Luna, que espera o momento adequado para dar o seu espectáculo. No momento em que Francisca se junta a Mais Antigo, observador, os dois que a perseguem pisam o chão de prata e atravessam-no, até que não conseguem sair. Impacientes, monstruosos, e procurando explicações, os dois atiram-se constantemente contra uma parede invisível que parece saída directamente do sorriso satisfeito da jovem ruiva a encará-los.
- Eles não são cinco? – questiona Isabel com a calma que se consegue sentir quando se tem uma arma na mãe.
– Onde estão os outros? – reforça Verónica, ao seu lado.
- Vêm atrás do Vasco… - murmura Francisca, perceptível ainda que do outro lado do circulo.
Roupas sujas, negras de demasiado uso e vermelhas de sangue seco, olhos escuros alucinados, profundamente terríveis, rostos marcados por veias salientes que quase os tornam feios e velhos, e lábios vermelhos de sede. Esta é a discrição de Jasmine e Brian, que confrontam uma barreira invisível.
- Este lugar está cheio de vampiros, consigo cheirar-lhes o sangue… - constata a ainda bela Jasmine, arquejante, esfomeada, e inocente por tudo.
- Isto é uma armadilha?! – adivinha Brian, num grito rouco que lança à jovem destemida que se encontra à sua frente.
E é ao som desse grito que Vasco trespassa a barreira de Luna, entrando e saindo sem problema, seguido pelos três que faltam. Duas mulheres, Pilar e Martha, e um homem, Victorious. Dos quais, apenas dois avançam o suficiente e ficam presos no circulo.
Pilar ouviu a frase rosnada de Brian, e parou com brutal urgência antes de pisar a linha. Quando vê os quatro lutando contra o nada que os impede de sair de um circulo, a “nova vampira” dá um passo atrás, livre, sedenta de sangue e de luta.
Continua…
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